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segunda-feira, 19 de outubro de 2015

INFILTRADOS - A visão além do alcance!!!

No centro da praça da pequena aldeia de Bezancy, cercada de palhoças, próximo ao castelo do Marquês, podia ser vista uma grande árvore, um olmo antigo em cujo pé brotava uma fonte de água clara; os camponeses se sentavam ou eram amarrados nos principais ramos em torno do tronco. O procedimento de cura começava com a formação de uma corrente de pessoas que se seguravam pelos polegares em volta da árvore e descreviam sentir, na medida mais intensa ou débil, um fluido que corria através deles. Depois de um tempo o mestre mandava que cada um dissolvesse a corrente se soltando dos polegares do outro para posteriormente cada um esfregar as próprias mãos. Escolhia então alguns deles e, com o toque de seu bastão de ferro, levava-os ao nível de transe sonambúlico. Essas pessoas, agora chamadas de “médicos”, diagnosticavam enfermidades dos outros e indicavam tratamentos. Para acordá-las de seu sono magnético Puységur mandava beijar a árvore. Com isto acordavam e não se lembravam de nada. Chamando a atenção dos cientistas para a nova forma de curar, Puységur comunicou esse novo rumo dado à hipnose à Academia de Medicina, que se recusava a aceitar no que parecia ser um absurdo e nomeou comissões para estudarem os casos descritos pelo Marquês. Uns relatórios foram a favor e outros contra, em 1837 instituiu-se a ultima comissão que, para por fim a dúvida, estabeleceu uma recompensa de alto valor em dinheiro para quem apresentasse um sonâmbulo capaz de enxergar através de obstáculos opacos. Ao contrário do que se esperava a prova não envolvia qualquer demonstração de cura pela hipnose, seria recompensado o hipnotizador que respondesse positivamente ao desafio e acreditava-se que jamais qualquer pessoa passaria na prova. Contrariando as expectativas, apareceu uma garota de nome Pigaire, de 12 anos, cuja clarividência havia sido comprovada por Puységur. Apresentada á comissão, de olhos totalmente vendados pelos experimentadores, mostrou que podia ver perfeitamente objetos. Pois bem, o veredicto dos doutos acadêmicos foi contrário, chegaram à conclusão de que embora com os seus olhos rigorosamente blindados, a sua faculdade da visão não podia ser descartada por ter ela uma vista fisiológica normal; não era cega, logo podia enxergar. Questão encerrada... Processo arquivado. Embora em média apenas 10% dos suscetíveis atingem o nível sonambúlico e desse universo apenas duas têm possibilidades de apresentar efeitos extra-sensoriais, a prática de Puységur abriu caminho para uma nova perspectiva do transe hipnótico. Vários homens importantes na sociedade européia seguem seus passos, entre eles o Barão Du Potet (1796-1881) que em 1852 publicou o Tratado completo sobre magnetismo animal e Charles Lafontaine (1802-1892) que se torna um dos maiores divulgador das práticas do sonambulismo. A partir deles, algumas sessões de magnetismo passam a incorporar sonâmbulos com efeitos espetaculares, ocorrem manifestações de hiperestesias por toda a Europa.

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