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INFILTRADOS - Sonâmbulos???
Mesmerismo e sonambulismo Dentre os discípulos de Mesmer que fizeram reviver o mesmerismo, figura também uma personalidade influente, o Marquês Armand-Marie-Jacques Chastenet du Puységur (1751-1825), um oficial de artilharia que se distinguiu no cerco de Gilbraltar. Viveu dividindo seu tempo entre a vida militar e seu castelo, uma gigantesca propriedade que possuía por herança de seus antepassados, localizada no sul da França, na aldeia de Bezancy região da Soissons. Puységur continuava empregando o método mesmerista, até o dia quando magnetizando com passes um jovem camponês de 18 anos, de nome Vietor Race, que sofria de uma afecção pulmonar, por mera casualidade verificou que o expediente magnético podia produzir um estado de sono e repouso em lugar das clássicas crises de convulsões. Vietor não se detinha no sono; dormindo, movia com suavidade os lábios e sua fala parecia reproduzir pensamentos alheios, muito superiores à sua cultura rudimentar, usava uma linguagem mais inteligente do que quando em estado normal, chegando mesmo a indicar um tratamento para a sua própria enfermidade, com o qual obteve pleno êxito. No mais, o paciente se conduzia como um sonâmbulo. Puységur estava diante de um fenômeno, que não hesitou em rotular de sonambulismo artificial e percebendo um novo aspecto do fenômeno hipnótico, que ainda era conhecido como magnético, passou a explorá-lo sistematicamente. Enquanto os mesmeristas provocavam crises nervosas, convulsões histéricas, prantos e desmaios, Puységur agia em sentido contrário, sugerindo aos mesmerizados paz, repouso, cura e ausência de dor. Embora continuasse a usar passes conjuntamente com a sugestão para indução ao transe, deu um impulso decisivo ao hipnotismo moderno; a ele se devem os primeiros critérios corretos para a análise da hipnose e da suscetibilidade hipnótica, além de observar como decorrente da hipnose fenômenos hiperestésicos e clarividentes. Já no ano de 1784, descobrira que, com um dos seus pacientes, ele não tinha necessidade de falar para dar as sugestões. Entre outros, o fenômeno da clarividência, premonição e transmissão de pensamento, podem ocorrer com algumas pessoas em estado hipnótico. Quevedo 41 esclarece o que ele denomina de “Incitação do Inconsciente pela Hipnose” e apresenta casos nos quais afirma que a hipnose favoreceu a ocorrência desses e de outros fenômenos. Descreve o conteúdo de uma carta escrita pelo próprio Marquês, datada de oito de março de 1784 e citada por Dominique de Sé, no seu livro Animal magnetism, publicado em Londres em 1874, que relata o acontecido quando mesmerizava um dos seus pacientes: Eu pensava simplesmente na presença dele e ele me compreendia e me respondia... Quando ele se mostrava disposto a dizer mais do que eu julgava prudente deixar entender, eu, só com o pensamento, interrompia imediatamente suas idéias, cortando as frases no meio de uma palavra e modificava completamente seu curso (DOMINIQUE, apud QUEVEDO). Em 1787, Jacques Henri Désiré Petétin (1744 - 1808), de Lyon, também descobriu como levar um paciente ao transe sonambúlico. Em sua obra, Electricité Animal (1808), comunica ter observado que nas experiências com o sonambulismo, algumas pessoas manifestavam fenômenos estranhos. Alguns pareciam surdos quando a voz era dirigida aos seus ouvidos, entretanto, ouviam perfeitamente se as palavras lhes eram sussurradas ao nível do estômago. O mesmo fato ocorria com relação à visão; o sujeito mostrava-se capaz de “ver” com a região correspondente ao estômago. Outras vezes observava que os sentidos sofriam uma transposição diferente, como exemplo, para a ponta dos dedos da mão ou dos pés.
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