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quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
INFILTRADOS - ...nem mesmo os fatos eram aceitos
John Ellioston (1791-1868), médico inglês e uma das figuras mais
eminentes da história médica britânica, em 1830 foi nomeado Presidente da
Royal Medical and Surgical Society e um dos fundadores do University College
Hospital, em Londres, introduziu o uso do estetoscópio na Inglaterra,
juntamente com os métodos de se examinar o coração e os pulmões da forma
que são utilizados até hoje. Assistiu algumas demonstrações de mesmerismo e começou a trabalhar essa técnica com seus pacientes, entre 1843 a 1855. Foi
quem primeiro usou a hipnose, ainda conhecida como mesmerismo, no
tratamento da histeria dentro do ambiente hospitalar.
Em suas experiências pode observar que a hipnose se mostrava eficiente
nos casos em que o quadro psicopático estava ligado a uma neurose histérica,
na dispsomania e na psiconeurose e, naturalmente, nas pessoas praticamente
normais que apenas apresentavam desequilíbrio emocional temporário.
Aconselhava que o mesmerismo para fins psiquiátricos deve ser empregado
apenas quando o doente se apresenta para o tratamento por sua livre e
espontânea vontade, pois, em tal caso, havia de se beneficiar porque, ao
desejar tratar-se, demonstrava nisso fortes indícios de pouco comprometimento
das suas funções cerebrais, condição necessária para ser induzido ao transe.
Mesmo tendo Ellioston obtido resultados satisfatórios no tratamento da
neurose histérica, da melancolia acompanhada de delírio, das idéias fixas e nos
casos mais benignos das psicopatias, logo de início percebeu que não se
consegue hipnotizar portadores de graves enfermidades mentais, descartando
esse método de tratamento para loucos e retardados.
Embora seu primeiro objetivo tenha sido a utilização da hipnose como
expediente nos tratamentos psiquiátricos, começou também a introduzir o “sono
magnético” na prática hospitalar para aliviar dores dos pacientes. Utilizava
como anestesia local para diminuir a dor durante cirurgias.
Os métodos de tratamento de Ellioston não tardaram em criar uma onda de
oposição. E o Conselho Universitário acabou por proibir o uso do mesmerismo
no hospital da Universidade onde trabalhava. Em virtude disso, pediu demissão,
deixando a famosa declaração:
A Universidade foi estabelecida para o descobrimento e a difusão da
verdade. Todas as outras considerações são secundárias. Nós devemos
orientar o público e não deixar-nos orientar pelo público. A única questão é
saber se a coisa é ou não verdadeira (ELLIOSTON).
Demitido da Universidade, Ellioston continuou seu trabalho com o
mesmerismo e em 1843 fundou o Ziost, um jornal que tratava do novo método
de tratamento, da psicologia cerebral e suas aplicações para o bem-estar
humano. Posteriormente fundou em Londres o Mesmeric Hospital, no qual o
mesmerismo era largamente utilizado. Ali muitos médicos aprenderam o novo
método de cura.
Ellioston morreu em 1868, mas bem antes outros médicos adeptos do
Mesmeric Hospital anunciavam seus feitos terapêuticos, em toda parte do
mundo, principalmente anestésicos. Na Alemanha, na Áustria, na França e nos
Estados Unidos realizavam intervenções cirúrgicas sob sono magnético. Na
América, Albert Wheeler remove um pólipo nasal de um paciente, enquanto o
magnetizador Phineas Quimby atuava como anestesista. Em 1829 Jules
Cloquet usou o mesmo recurso anestésico numa mastectomia. Jeanne Oudt
comunica à Academia Francesa de Medicina seus sucessos magnéticos obtidos em extrações de dentes, afirmando ter realizado mais de 200
intervenções cirúrgicas absolutamente sem dor.
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