Ao contrário dos pedófilos, que em sua grande maioria apresentam episódios de abuso na infância, os necrófilos não exibem em seu histórico de vida características em comum, que pudessem ser interpretadas como um indicativo de causa do desenhttp://r7.com/YuwRvolvimento da doença na idade adulta. Psiquiatra do ambulatório do tratamento de dependências de comportamento do Proad (Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes), da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Aderbal Vieira Junior define a necrofilia como um interesse sexual antinatural. — Temos um processo evolutivo que nos selecionou para buscar seres humanos viáveis com quem possamos nos reproduzir. O necrófilo vai de encontro a isso. Ele vai atrás de um cadáver, que é algo apodrecido, isso enquanto a maioria das pessoas tem uma aversão natural à putrefação. Para Palomba, a necrofilia não é formada em nenhuma fase da vida, e sim inata. — Estes indivíduos provavelmente nasceram assim e vão morrer assim. É uma doença que não tem cura nenhuma. Por isso, ele vai acabar sendo pego mais cedo ou mais tarde. Deveria haver um lugar para esses indivíduos morarem longe da sociedade. E arrisco dizer que a necrofilia é apenas uma das aberrações comportamentais destas pessoas. Um exame minucioso mostraria que eles apresentam muitas outras. Vieira Junior avisa que o ideal em casos como este é medicar o paciente imediatamente, para protegê-lo e também proteger a socied
ade, evitando “que uma tragédia aconteça”. Mas, ainda assim, o psiquiatra esclarece que, mesmo com tratamentos farmacológicos
e psicoterapia, os necrófilos jamais vão conseguir se transformar em pessoas com interesses sexuais considerados normais. — Suponho que o necrófilo seja similar aos outros parafílicos. É algo muito estável, como a pedofilia, por exemplo. É difícil transformar um pedófilo em alguém com interesse em adulto. Nós, que gostamos de ter relações sexuais com seres vivos e adultos, não vamos conseguir virar necrófilos, assim como os necrófilos não vão conseguir virar pessoas normais. Logo no princípio da internet, décadas atrás, Vieira Junior se lembra de ter encontrado um site que incitava a prática da necrofilia. Nele, havia orientações de participantes a novos interessados no tema, tais como métodos de proteção contra as bactérias do cadáver durante o ato sexual, e formas de se esconder da fiscalização dos cemitérios. — Esta série de crimes recentes comprovam que os necrófilos continuam existindo, e que eles estão se organizando.
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