O império das puras coincidências
O testemunho do general foi tanto mais importante porque agora se sabe que o embaixador assassinado, Chris Stevens, estava distribuindo armas aos insurgentes sírios, entre os quais havia muitos membros da Al-Qaeda e do Hamas que viriam a participar do ataque ao escritório. Depois essas armas foram usadas para assassinar 28 civis cristãos. O caso assume as dimensões de um crime de alta traição – que a lei americana define como "dar ajuda e conforto ao inimigo" –seguido de uma operação de acobertamento. O FBI declarou oficialmente que teria descoberto o affair Paula Broadwell meses atrás, por acaso, por mero acaso, quando estava investigando outra coisa. Ao espalhar essa desculpa, porém, a agência dava com a língua nos dentes, confessando que decidira adiar a divulgação até depois das eleições. Isso sugeria uma premeditação duplamente maquiavélica: se o adiamento livrou Obama de um escândalo à véspera da votação, a súbita pressa de divulgar o caso antes do depoimento do chefe do seu serviço de inteligência foi um esforço desesperado para livrá-lo de um escândalo maior ainda. Na lentidão como na pressa, o controle do fluxo de informações pelo FBI correspondeu ao timing perfeito para evitar danos à imagem do presidente. Mas, claro, quem pensa assim é teórico da conspiração. As pessoas sãs e equilibradas acreditam piamente que foi tudo coincidência, mera coincidência.
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